AMPARO ASSISTÊNCIAL AO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA

Publicado em: 15/12/2021 16:30h

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Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) Federal do JUIZADO ESPECIAL FEDERAL da Subseção Judiciária de CATANDUVA, estado de São Paulo.

 

 

           

 

 

 

XXXXXXXXXXXX, brasileiro, solteiro, incapaz, portador(a) da cédula da identidade RG nº. XXXXXX e inscrito(a) no CPF/MF n°. XXXXXX, por seu representante legal, Sr. XXXXXXXXX, brasileiro, casado, desempregado, portador(a) do RG nº. XXXXXXXX e do CPF/MF nº. XXXXXX, ambos residentes e domiciliados na XXXXXXXX, nº. XX, XXXXXXXX, na cidade de XXXXXXXX/SP, CEP. XXXXX, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu Procurador, com Procuração em anexo, propor a presente AÇÃO DE CONCESSÃO DE AMPARO ASSISTENCIAL (SOCIAL) À PESSOA COM DEFICIÊNCIA, com fundamento no Art. 203, inciso V e Art. 20, § 2º, da Lei nº. 8.742/93, em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, pelos seguintes fatos abaixo articulados, a saber:

DOS FATOS.

O autor requereu, administrativamente, em XX/XX/XXXX a concessão de benefício de Amparo à Pessoa com Deficiência, que se processou sob NB nº. XXXXXXXX, tendo que é pessoa com patologia que o incapacita para os atos da vida civil, bem como não possuindo qualquer rendimento financeiro mensal.

Todavia, o benefício pleiteado foi indeferido, após realização da perícia médica pela Autarquia Previdenciária, pelo motivo de que não atende ao critério de deficiência para acesso ao BPC-LOAS.

Dos fatos, a breve síntese é o quanto basta!

 

DO DIREITO.                    

REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO AMPARO ASSISTENCIAL AO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA.

 O Requerente é acometido de XXXXXXXXXXX, em decorrência de XXXXXXXXXXXXXXX (XXXXXXX), requerendo permanente vigilância e tratamento, em decorrência de tal patologia lhe causar XXXXXX, XXXXXXXXXX. Por tais razões, o autor encontra-se incapacitado, de forma permanentemente, para exercer atividades laborais, conforme farta documentação em anexo.

Dessa forma, resta evidente que o Requerente faz jus – e necessita – à concessão do Amparo Assistencial à Pessoa com Deficiência, vez que possui patologia que o torna incapaz para os atos da vida civil, sendo, inclusive, interditado. Assim, quiçá falarmos, então, para a vida profissional, de modo que não possui condições de ativar em labor, não tendo meios, portanto, de prover seu próprio sustento e de sua família.

Frente a tais fatos, em XX/XX/XXXX, o autor encaminhou requerimento de benefício de amparo assistencial a pessoa com deficiência, como narrado acima, tendo sido indeferido, sob o argumento de que não preenchia o requisito do Art. 20, §§ 2º e 10, da Lei nº. 8.742/93, ou seja, que não há incapacidade para a vida independente e para o trabalho.

Contudo, o indeferimento do benefício assistencial pleiteado é totalmente arbitrário, diante das dificuldades e necessidades apresentadas pelas enfermidades as quais o autor é portador.

É clara a situação incapacitante enfrentada pelo Autor, cuja deficiência o impede de exercer qualquer atividade de forma independente, já que permanece em constante tratamento médico e medicações fortes, não possuindo, assim, meios para manter sua subsistência.

É o que se verifica no teor do Laudo Médico ora juntado:

Além do mais, noutro atestado é descrito que o Requerente possui “XXXXXXXX”, perda da iniciativa [...] hipersexualização, com risco a terceiros, com sintomas residuais, mesmo com quadro estável, prejuízo social e funcional”. Faz uso de Ácido Valpróico, Ivomepromazina, Clonazepam e não possui previsão de alta.

Não obstante, ainda, citando a literatura médica, esta contempla que “a esquizofrenia é considerada uma das mais graves doenças psiquiátricas, que afeta desfavoravelmente a vida dos pacientes em vários domínios. Porém, estudos têm apontado que seus efeitos podem variar de acordo com o sexo, mostrando maior comprometimento nos homens, quando comparado às mulheres.[1]         

Além disso, o mesmo estudo científico do trecho supra, diz que “a baixa qualidade de vida no domínio ocupacional para homens, conforme sugerida neste estudo, remete à temática ocupacional que aponta para uma estreita relação do trabalho com a satisfação em atividades de lazer e com o sentimento de bem-estar.[2]

E completa, concluindo que “sabe-se que a esquizofrenia é uma doença característica de adultos jovens, que tem seu início quando os pacientes estão se tornando produtivos, em processo de formação educacional, procurando companheiro e constituindo família. Para muitos, os anos subsequentes são marcados pelo isolamento social e grande prejuízo ocupacional, assim como é evidenciado neste estudo, principalmente para os homens.”[3] 

Para completar, urge destacar que o Requerente, atualmente, é definitivamente interditado, conforme se consta ao processo nº. XXXXXXXX, pelo incluso Termo de Compromisso de Curador Definitivo.

 

[1] CARDOSO, Clareci Silva; CAIAFFA, Waleska Teixeira; BANDEIRA, Marina; SIQUEIRA, Arminda Lucia; ABREU, Mery Natali Silva e; FONSECA, José Otávio Penido - Qualidade de Vida e Dimensão Ocupacional na Esquizofrenia: Uma comparação por sexo. - Cad. Saúde Pública, vol.22, nº. 6, Rio de Janeiro, junho/2006.

[2] Ibidem

[3] Ibidem

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